Do adiantamento (vulgo, atrevimento).

A década de 90 tinha, à partida, tudo para correr mal. Quem conhece a minha cédula de nascimento que o diga.

O campo musical não representa excepção. E nem me estou a referir àquelas sessões no meu quarto em que eu punha um vestido verde para grunhir líricas de Quinta do Bill, ou, em dias de maior sociabilidade (vulgo, centrismo-direita provinciano), Mónica Sintra ou Santa Maria.

Há quem diga que nos 90 o rock esteve morto. Tanto que o tipo dos Nirvana, para fazer pandan com a época que ocupa, decide que também quer morrer. Porque, quase parafraseando uma vedeta do jet-set português, estar morto combina com a morte (esta não teve mesmo jeitinho nenhum, ãh?). Gostava então de passar a definir esta época, musicalmente, achincalhando um bocado, sempre que possível:

LOSER - Beck, 1993

Soy un perdedor, I'm a loser baby, so why don't you kill me? Pois.

Smells like teen spirit?
Ao que eu respondo: "Ya, fui bué eu que acabei de nascer." A seguir lançam um álbum chamado In Utero, ao que eu respondo: "Ya, foi bué daí que vim".
Um certo indivíduo que, por acaso, partilhou o mesmo útero comigo, obrigou-me a ouvir tanto tanto isto, quando não devia, que a única coisa que conseguiu fazer foi com que não consiga ter qualquer tipo de opinião em relação aos Nirvana. Mas ouvi dizer que era importante e mais não sei quê.
SMELLS LIKE TEEN SPIRIT - Nirvana, 1991





Uma década com... girls... and boys. So what's the new?
GIRLS & BOYS - Blur, 1994

Como eu queria mesmo que as votações tivessem dado pros anos 60, vou arranjar forma de desemerdar isto dentro da legalidade e pôr uns tipos 90's a cobrir 60:
THE LEMONHEADS - Mrs. Robinson 
(cobrindo Simon & Garfunkel, em 1991)

E agora, vou ali cortar os pulsos:
KARMA POLICE - Radiohead

Ou o cabelo, vá
CUT YOUR HAIR - Pavement, 1995





Mas pronto, ainda é uma década com alguma polpa.
COMMON PEOPLE - Pulp, 1995

Bye Bye,

Lilota.