sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A ANEDOTA DO QUADRO DE MEDALHAS OLÍMPICAS...



Essa história do quadro de medalhas das olimpíadas é uma grande piada, em minha opinião. E nisso eu acho que muita gente ai também está de acordo. E há muitos anos!


Como um esporte coletivo como o Futebol, por exemplo, em que são necessárias 6 partidas com 11 jogadores envolvidos, quando consegue uma medalha, esta tem o exato mesmo "valor" para o quadro de medalhas do seu país que um nadador que soz
inho, em 3 baterias de menos de 1 minuto de duração, também tem? Claro que todos os atletas merecem suas medalhas e o reconhecimento dos seus esforços, mas na minha opinião o número de medalhas dadas para cada modalidade deveria ser proporcional ao número de atletas necessários para executar a tarefa (excluindo treinador, equipe técnica e jogadores reservas).

Por exemplo:

Nadador dos 50m razos = 1 medalha para o seu país. Corredores do revezamento 4 x 400 = 4 medalhas; Dupla de Volei de Praia = 2 medalhas; Futebol= 11 medalhinhas adicionadas aos quadros dos 3 melhores países, e assim por diante...

Queria ver se assim não animava mais essa briga para ser o "melhor país" do mundo no esporte.

E vocês, o que acham?

Um abraço!

Victor Cahú 

UM DESABAFO OLÍMPICO.



Eu vivo em Lisboa há 3 anos, mas sou brasileiro. Filho de português, mas sou BEM BRASILEIRO. E essa é a primeira vez que acompanhei as olimpíadas longe de casa. Assim que muitas das imagens das competições ou informações à respeito dos atletas do meu país eu tive que buscar através dos portais de notícias e, claro, das redes sociais, que nunca estiveram tão fortes e activas durante as olimpíadas.

E uma coisa em particular me chamou, ainda chama, muito a atenção durante esses jogos: a crueldade dessas ferramentas (Twitter, Facebook e etc.)

É uma triste realidade política-social-cultural do meu (e talvez também do vosso) país só se importar com os "esportes amadores" de 4 em 4 anos ( eu particularmente acho que a palavra "amador" só pode estar relacionada mesmo ao excesso de amor que o atleta dispõe para poder sonhar em viver disso!).

Apenas quando chegam as olimpíadas é que o povo quer sentir o "orgulho nacionalista" da vitória perante os demais países, mesmo sem nem saber o nome dos atletas que o representam, e ainda exigir que eles representem com medalhas toda uma nação. Nação esta que em nada (ou quase nada) o ajudou em sua dura preparação ou em seu apoio financeiro.

Mas para mim realmente o fato mais curioso/triste que podemos tirar de aprendizado da experiência em Londres é a força impressionante das atuais redes sociais no impacto negativo sobre os atletas e sobre a percepção do nosso país. Se a grande massa da população não tem nenhum conhecimento prévio do trabalho dos atletas e muitas vezes da própria modalidade esportiva, como pode ela realmente exercer o seu papel de cobrar e torcer? Quando o cidadão "Z" vai ver no seu portal de notícias predileto que o atleta "X", que ninguém conhecia foi desclassificado na modalidade "Y", ainda menos conhecida, este já ganha o título instantâneo de "descepção nacional" e "vergonha olímpica" no Twitter ou no Facebook. E em questão de segundos!

Que atleta não ficaria emocionalmente abalado com o repentino "ódio e desprezo" de toda um mundo digital que minutos antes sequer conseguiria identificar uma foto sua? Que cruel poder um click pode ter na carreira de tão esforçados atletas, que em caso de vitória, ai sim, serão os REIS símbolos e exemplos de toda uma nação desperançosa.

Em minha opinião, podemos dar imensa parcela da culpa aos nossos queridos meios de comunicação de massa,cujo papel fundamental exercido sobre o tema é o de exclusão de todos os esportes "underground" que não "representam o país" em anos ímpares. Uma maior cultura de valorização do esporte amador refletiria na consequente maior exposição, afiliação e apoio financeiro das empresas investidoras nesses nossos:

"MELHORES PIORES ATLETAS DO MUNDO DA ÚLTIMA SEMANA"

(mas isso é assunto para todo um livro).

Apenas queria me posicionar por aqui. Fiquem a vontade para comentar, discordar ou outra coisa.

Um abraço e bom fim de semana!

Victor Cahú